quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Desencanto



"Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.

E neste versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.

-Eu faço versos como quem morre."


Manuel Bandeira

Teresópolis 1912

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Pissirinhu


Oh meu pobre "pissirinhu"
que agora caiu do ninho
te ensinaria a voar...

...mas já voa como grande ave
porém com peito apertado
e a asa quebrada
já vais a algum lugar.

Se quiser uma carona
uma ajuda ou companhia
monta aí que eu te carrego
quem me dera te levar...

...para qualquer lugar
bem em cima de uma árvore
que a tristeza não pudesse te alcançar.

Rima pobre é bem melhor
posso te repetir de cor
bem ao pé do teu ouvido
sentindo o vento soprar!

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

PaLaVrAs...


Olha que coisa esquisita,
ando me dando melhor com as palavras escritas,
do que as ditas...

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Sol






Lindo Sol,
que com as núvens
brinca de esconde-esconde
que com a Lua
divide o horizonte
porém o lindo Sol
está sempre ali, radiante...

Da Felicidade


"Quantas vezes a gente,em busca da aventura,
Procede tal e qual o avozinho infeliz:
Em vão,por toda parte,os óculos procura
Tendo-os na ponta do nariz!"

M.Q

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Borboleta, bate asas e voa...




Um dia assim,
bem melhor,
mais gostoso,
que congrega a intensidade e a leveza.
Um dia assim,
tão comum
porém tão atípico, hoje.
Como andar pelas ruas de sempre
mas as vendo como nunca.
Sensações...
Tão assim... Assim!
O toque
na pele
na boca
que arrepia
que acalma.
As notas ao fundo
que embalam.
A docura e a firmeza
camaradas...
Essa conjunção de fatores
que diferenciam
de qualquer toque
de qualquer pele
de qualquer boca...
Eu quero saber..
Tornar a vida em samba
brincar com os bambas.
Sento só
em uma cadeira
Mirando por la ventana...
Sinto teu vazio
hoje meu vazio
amanhã preenchido
por futuro bruto
pelo suspense do acaso.
Cavo caminhos
não abismos.
Me preencho, somo,
não sumo!
E qual o rumo?
Ouvir os passarinhos...
Cantar bem alto...
Chorar sozinha...
Brindar à mesa...
e não ter medo do mundo!!!